No texto
abaixo ao qual apresenta Sr. Palomar, trás a reflexão para uma prática a ser
pensada em todas as atitudes a serem tomadas no cotidiano e principalmente no
ambiente escolar.
Podemos assim
definir: planejar em mente, verificar o que é possível e posteriormente
corrigir o que não deu certo, ou seja modificar para que tenhamos sucesso.
Acreditamos que
o exemplo exposto, seja realmente o que temos em mente das práticas do AEE quando
iniciamos o Estudo de caso.
Primeiramente
construímos em mente tudo que é possível, analisamos, levantamos dados,
possibilidades e frentes de trabalho. Logo após, entramos com a natureza do
problema identificando-o pelos diversos olhares e proporcionando soluções para
que o caso seja solucionado ou pelo menos distanciado da dificuldade
apresentada, escrevendo um plano de atendimento estamos buscando esta solução e
por fim a avaliação de todo o processo realimentando no que foi deixado de lado
ou não realizou-se como planejado.
Como o Sr.
Palomar, ao realizar este exercício tornamos claro que para o sucesso este
plano deverá ser único, inacabado e com a consistência fundamenta na literatura
acadêmica.
Convido a
todos a realizar esta leitura bem como desenvolver o exercício da análise e
intervenção com a prática do AEE.
“O modelo dos modelos”
Italo Calvino
Houve na vida do
senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro, construir um
modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível; segundo,
verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na
experiência; terceiro, proceder às correções necessárias para que modelo e
realidade coincidam. [..] Mas se por um instante ele deixava de fixar a
harmoniosa figura geométrica desenhada no céu dos modelos ideais, saltava a
seus olhos uma paisagem humana em que a monstruosidade e os desastres não eram
de todo desaparecidos e as linhas do desenho surgiam deformadas e retorcidas.
[...] A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando: agora já
desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos
outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se
adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas
realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o
modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos
transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para
dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.
Neste ponto só
restava a Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos.
Completado também esse passo, eis que ele se depara face a face com a realidade
mal padronizável e não homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus
“nãos”, os seus “mas”. Para fazer isto, melhor é que a mente permaneça
desembaraçada, mobiliada apenas com a memória de fragmentos de experiências e
de princípios subentendidos e não demonstráveis. Não é uma linha de conduta da
qual possa extrair satisfações especiais, mas é a única que lhe parece
praticável.